Atualizado em 11 de março de 2024 por Casa Maria Lucia

Os cactos são estruturas interessantes que captam nossa atenção seja pelo formato estranho, globoso, colunar ou articulado. Quando eu comecei a me interessar por eles, confesso que tinha aquela ideia fixa de que todos vinham de lugares super secos, desérticos. Mas, olha só, eu estava enganada!

Essas belezuras estão espalhadas por aí, desde locais como desertos até florestas tropicais e montanhas e campos. E não é que elas são um grupo bem diversificado? São mais de 2000 espécies na família Cactaceae, cada uma com seu charme único, formas, tamanhos e até cores diferentes.

O mais interessante dos cactos é que eles não são só bonitos; eles são verdadeiros sobreviventes. Armazenam água para aguentar períodos sem chuva e têm aquela estrutura grossa que ajuda a não perder umidade.

Mesmo que eu adore a ideia de ter plantas que não precisam de muita mão de obra, aprendi que cada cacto tem seu jeitinho especial de ser cuidado. Depende muito de onde ele veio originalmente.

Neste artigo vou tentar descomplicar tudo que puder sobre como cuidar de um cacto. Desde escolher o melhor cantinho pra eles até como e quando regar, sem esquecer da temperatura e do tipo de substrato.

Como Cuidar de um Cacto

Escolher um bom lugar para seu cacto em casa é o ponto de partida para ter uma planta bem desenvolvida. E olha, eles não pedem muito não, mas tem algumas coisinhas que a gente precisa acertar para ver eles felizes e saudáveis. Vamos lá?

Cacto precisa de Luz Solar

Se tem uma coisa que os cactos amam, é a luz solar. Com raras exceções, a maioria dos cactos precisa de sol ou meia-sombra, nunca sombra total.

É através da luz solar que eles realizam a fotossíntese e crescem. Mas a quantidade de luz solar necessária varia de acordo com a espécie de cacto.

Os cactos de áreas áridas e semi-áridas geralmente precisam de mais luz solar do que outras espécies.

Cuidado com o frio

Cactos são meio que os durões do mundo das plantas, mas isso não significa que eles gostem de viver no extremo o tempo todo. A faixa ideal de temperatura para a maioria dos cactos fica entre 21°C e 37°C durante o dia, baixando um pouquinho à noite.

Eles até aguentam um friozinho ocasional, mas geada? Ah, isso já é demais. Se você mora num lugar que fica bem frio no inverno, melhor deixar seus cactos em um cantinho protegido dentro de casa.

Quando e como regar um cacto

Esse é um dos assuntos que mais pode causar confusão no começo. Afinal, a gente escuta por aí que cacto quase não precisa de água, não é? Mas, tem mais ciência nisso do que a gente imagina.

Primeiro de tudo, é importante lembrar que os cactos são mestres na arte de economizar água. A maioria deles vem de lugares onde a chuva é artigo de luxo, então aprenderam a se virar com bem pouquinho.

Mas isso não significa que a gente deve esquecer deles no canto, sem água. A rega deve ser de acordo com vários outros aspectos, desde o tipo de vaso até o clima da sua cidade.

Vamos considerar neste artigo a rega da maioria das espécies de cactos que são de regiões áridas e semi-áridas. Para as outras espécies, vou fazer artigos específicos, ok?

Dicas para regar um cacto

• Susbstrato sempre seco antes de regar: isso pode não ser novidade para ninguém, mas é sempre bom lembrar. Ou seja, espere até que o solo esteja completamente seco antes de regar seu cacto.
• Rega profunda e espaçada: quando for regar, faça-o de forma que toda a terra no vaso fique úmida, isso significa que você deve esperar a água sair pelos furos no fundo do vaso. O que encoraja as raízes a crescerem mais profundamente, tornando a planta mais resistente.
• Não peque pelo excesso: durante os meses mais úmidos ou estações mais frias, reduza significativamente a frequência de rega.
• Período de dormência: alguns cactos entram em período de dormência ou descanso no inverno e não necessitam de quase nenhuma água.
• Evite regar no topo: direcione a água para o solo ao redor do cacto, em vez de regar sobre ele. Isso ajuda a evitar a retenção de umidade nas partes do cacto que podem ser mais propensas à podridão.
• Melhor regar pela manhã: prefira regar seus cactos pela manhã. Isso dá tempo suficiente para que a água em excesso evapore durante o dia, reduzindo o risco de problemas relacionados à umidade.

• Meia-sombra: cactos cultivados na sombra parcial precisam de menos água do que aqueles cultivados ao sol.

• Atenção ao clima local: se você vive em uma área com alta umidade, seus cactos precisarão de menos água. O inverso vale para áreas mais secas.

Substrato para cacto em vaso

Primeiro, é bom lembrar que o substrato tem dois papéis principais: fornecer um suporte físico para a planta e regular a água, tanto no que diz respeito à retenção quanto à drenagem, ok?

Então, para a maioria dos cactos, o equilíbrio entre esses dois fatores é essencial.

Os cactos não gostam de ficar com as raízes molhadas. Sendo assim, um solo que retém água por muito tempo pode ser a receita para problemas como o apodrecimento das raízes.

Por isso, o substrato ideal deve ser bem soltinho e drenar a água rapidamente.

Como escolher ou preparar o substrato

Você pode encontrar no mercado misturas prontas específicas para cactos e suculentas, que já são formuladas pensando nessas necessidades. Mas, com o tempo, depois de perder alguns cactos, acabei me acertando melhor com o seguinte:

• Argila expandida ou pedrinhas de qualquer tipo no fundo do vaso
• Uma parte de terra vegetal
• Uma parte de areia ou perlita, o que estiver à mão em casa.

Lembrando que, mesmo com o substrato perfeito, outros fatores como a rega, o sol e a temperatura também são fundamentais para o bem-estar dos seus cactos.

Qual o melhor fertilizante para Cactos

Esse é um detalhe que pode causar bastante diferença no desenvolvimento do seu cacto, a fertilização.

Os cactos de áreas áridas e semiáridas precisam de um fertilizante específico, que geralmente tem uma fórmula NPK (nitrogênio, fósforo e potássio) mais baixa.

Composição ideal do fertilizante:

• Nitrogênio (N): 5-10%
• Fósforo (P): 10-20%
• Potássio (K): 10-20%

Micronutrientes:

• Cálcio, magnésio, ferro e outros micronutrientes também são importantes para a saúde dos cactos.
• Escolha um fertilizante que contenha micronutrientes.

Quando fertilizar:

Fertilize seu cacto uma vez por mês durante todo o ano, principalmente durante a primavera e o verão. Durante as estações de outono e inverno, você também pode fertilizar, desde que diminua a quantidade da fórmula.

Agora, se você mora em uma região com baixas temperaturas no período do inverno, então não há necessidade de fertilizar nesta época.

Como aplicar o fertilizante:

• Siga as instruções do fabricante do fertilizante do produto que você escolheu e tenha cuidado com o excesso.
• Aplique o fertilizante no solo úmido, depois de uma rega.
• Evite aplicar o fertilizante diretamente no cacto, direcionando apenas na parte do substrato.

Atenção:

• Evite usar fertilizantes com alto teor de nitrogênio, pois isso pode causar um crescimento excessivo e deixar o cacto fraco.
• Evite usar fertilizantes com alto teor de sal, pois isso pode danificar totalmente as raízes do cacto.

Origem dos Cactos

Quando a gente pensa em cactos, é quase automático imaginar aqueles vastos desertos, com sol a pino, areia por todo lado e uma ou outra planta espinhosa fazendo pose para o cenário. Realmente, muitos cactos são mestres em viver nesses lugares desafiadores, onde a água é raridade.

Eles se adaptaram de um jeito incrível para não só sobreviver, mas também prosperar, armazenando água e protegendo-se do sol escaldante.

E embora a maioria das espécies de cactos sejam nativas de áreas áridas e semi-áridas do continente americano, como o México, Arizona e Atacama, existem cactos que se originaram em habitats bastante diferentes.

Muitos cactos também podem ser encontrados em áreas que a gente nem imaginaria. Tem cacto que gosta de altitude, vivendo em montanhas, onde o ar é mais frio e a umidade vem das nuvens.

Há ainda os cactos que se originam de prados e campos, acompanhando a vegetação rasteira de gramíneas e juncos.

E não para por aí, não! Alguns preferem até mesmo a sombra amena das florestas tropicais. Lá, eles se adaptam ao ambiente úmido e sombreado, bem diferente dos desertos.

Alguns exemplos:

• Florestas tropicais: Cactos epífitos, como o Rhipsalis baccifera, crescem em árvores e outras plantas em florestas úmidas da América Central e do Sul.
• Regiões montanhosas: A espécie Echinocactus grusonii é encontrada em altitudes elevadas no centro do México, em áreas com clima frio e úmido. Rebutia fiebrigii 170
• Prados e campos: Cactos como o Opuntia humifusa e o Mammillaria elongata prosperam em áreas gramadas com precipitação regular.

E é essa capacidade incrível de adaptação que faz dos cactos um grupo de plantas tão especial e admirado por pessoas como eu e você.

Espinhos, Flores e Frutos dos Cactos

Primeiramente, o que salta aos olhos quando a gente olha para um cacto? São os espinhos, não é? Mas não se engane, esses espinhos são muito mais do que uma defesa contra visitantes indesejados.

Os espinhos são folhas modificadas que ajudam na redução da perda de água, refletindo a luz solar e até mesmo coletando umidade do ar em alguns casos.

Outra característica marcante é o caule. Em muitos cactos, o caule é grosso e suculento, cheio de água por dentro. Essa é a maneira deles de armazenar água para os períodos de seca.

E não é só isso: o caule também faz a fotossíntese, já que as folhas se transformaram em espinhos. Isso mesmo, o caule não está ali só fazendo volume; ele é um verdadeiro multitarefas!

Agora, se tem uma coisa intrigante são as flores dos cactos. Parece um tanto improvável que cores tão vivas surjam de espécies tão espinhosas.

Muitas dessas flores só abrem à noite, um convite e tanto para polinizadores noturnos, como as mariposas e até mesmo alguns morcegos.

E por último, mas claro, não menos importante, temos os frutos. Alguns são comestíveis e super apreciados, com sabores que variam bastante. Eles podem ser uma fonte importante de água e alimento para a fauna do deserto.

Alguns exemplos de cactos com frutos comestíveis:

• Figueira da Índia (Opuntia ficus-indica)
• Pitaya (Hylocereus undatus)
• Cacto Mandacaru (Cereus jamacaru)
• Cacto Uricuri (Pilosocereus gounellii)

Agora que você já leu um pouco mais sobre estas belezas da natureza, espero que aproveite todas as dicas que separei sobre como cuidar de um cacto aí na sua casa. Que tal contar pra gente nos comentários outras experiências que você viveu com seus cactos?